sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cidade dos Homens - 2007 (Nacional)



Não sou nenhum crítico profissional de cinema, as minhas opiniões sobre um determinado filme se limitam em apenas duas opções: "Gostei" e "Não gostei". Deixo a parte técnica e filosófica do filme para os entendidos e estudados críticos em seus programas de televisão ou colunas de jornais.

Muitas vezes eles veem coisas que não percebemos, porém os olhos de alguém que gosta de filmes apenas por prazer e não por trabalhos enxergam coisas que esses críticos não conseguem. Por isso há tanto conflitos de idéias e opiniões, e por isso muitas vezes a minha opinião é contrária a desses profissionais.

Cidade dos Homens foi uma experiência única, ele conseguiu de alguma forma bagunçar os meus sentimentos, portanto se você  me perguntar o que achei do filme, não saberei te dizer se gostei ou não gostei, portanto terei que incluir uma nova alternativa para minhas opiniões o "não sei".

Vou tentar explicar o porque não gostei e o porque gostei do filme.

NÃO GOSTEI:

O filme para mim pareceu uma espécie de Cidade de Deus, um pouco mais "suavizado" isso deve pelo fato de serem os mesmos produtores dos dois filmes. O fato da trama ser derivada de um seriado, também não me agradou, pareceu muito mais um seriado com um episódio especial de duas horas. Sem falar naquela ideia de mostrar a realidade dos morros do Rio de Janeiro, sua cultura, criminalidade e organização que as favelas, agora chamadas de comunidades possuem. O diretor de um filme mostra aquilo que ele quiser, se ele quiser mostrar a comunidade como um paraíso como já vi em alguns documentários ele mostra, se ele quiser mostrar a comunidade um lugar pior que a faixa de Gaza, ele mostra também, um filme é muito sugestivo, não sei se o morro de Cidade dos Homens é aquilo mesmo que foi mostrado no filme, não moro lá e não conheço o lugar para afirmar qualquer coisa. Portanto não sei nada sobre a realidade do morro carioca.



GOSTEI:

Gostei muito das atuações, principalmente do ator Jonathan Haagensen que faz o pepel do traficante Madrugadão. Gostei do assunto abordado: paternidade. Mostra que uma família desestruturada pode algumas vezes (eu disse algumas vezes) se transformar em um efeito dominó. A criança que vem de uma família dessas as vezes perde referencia de valores familiares importantes e quando se tornam adultas não conseguem formar famílias, pois não aprenderam o que é isso quando crianças, geralmente o pai esta envolvido com o tráfico ou está preso ou morto e o filho acaba tomando o mesmo caminho que o pai e isso se torna uma bola de neve. Por isso a necessidade da existência de escolinhas de futebol, de teatro, de capoeira, ONG realmente comprometidas e igrejas para tentar romper essas correntes do mal criadas pelos traficantes. Apesar do foco estra na paternidade, o filme também fala sobre escolhas, algumas certas outras nem tanto, ou mesmo quando não se tem escolha. 



Concluindo, é um seriado (desculpe), um filme que não deve ser assistido apenas como um entretenimento, mas sim com um olhar mais atento a proposta do diretor. Entender que os valores dos morros onde impera o tráfico, sua cultura são bem diferentes do que aprendemos. Que  infelizmente a falta de educação isso não apenas no Rio de Janeiro, mas também e São Paulo e no Brasil todo é o grande causador da miséria que vivemos no nosso país. Enquanto houver aluno levando arma para dentro de sala de aula, batendo na cara de professor, invadindo reitorias para revindicar o uso livre de drogas dentro de campus de faculdade, seremos reféns desses ladrões engravatados, pois é isso que eles querem, um povo ignorante, marionete, manipulável, que votem em palhaços porque são engraçados e não por competência.



Desculpe pelo desabafo. Até a próxima.

Trailer:




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