quarta-feira, 16 de abril de 2008

Para você


Teu Riso


Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tires o teu riso.

Não me tires a rosa, a lança que desfolhas,

a água que de súbito brota da tua alegria,

a repentina onda de prata que em ti nasce.


A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados

às vezes por ver que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas as portas da vida.


Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso

e se de súbito vires que o meu sangue mancha as pedras da rua,

ri, porque o teu riso será para as minhas mãos como uma espada fresca.


À beira do mar, no outono, teu riso deve erguer sua cascata de espuma,

e na primavera, amor, quero teu riso como a flor que esperava,

a flor azul, a rosa da minha pátria sonora.


Ri-te da noite, do dia, da lua, ri-te das ruas tortas da ilha,

ri-te deste grosseiro rapaz que te ama,

mas quando abro os olhos e os fecho,

quando meus passos vão, quando voltam meus passos,

nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso,

porque então morreria.


[Pablo Neruda]

domingo, 13 de abril de 2008

TREVAS




Eu tive um sonho que não era em tudo um sonho. O sol esplêndido extinguira-se, e as estrelas vaguejavam escuras pelo espaço eterno. Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra, girava cega e negrejante no ar sem lua; veio e foi-se a manhã - veio e não trouxe o dia. E os homens esqueceram as paixões, no horror. Dessa desolação; e os corações esfriaram. Numa prece egoísta que implorava luz. E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos, os palácios dos reis coroados, as cabanas, as moradas, enfim, do gênero que fosse, em chamas davam luz; cidades consumiam-se. E os homens se juntavam juntos às casas ígneas, para ainda uma vez olhar o rosto um do outro; felizes quanto residiam bem à vistados vulcões e de sua tocha montanhosa, expectativa apavorada era a do mundo; queimavam-se as floresta - mas de hora em hora, tombavam, desfaziam-se - e, estralando, os troncos, findavam num estrondo - e tudo era negror. À luz desesperante a fronte dos humanos tinha um aspecto não terreno, se espasmódicos neles batiam os clarões; alguns, por terra, escondiam chorando os olhos, apoiavam outros o queixo às mãos fechadas, e sorriam; muitos corriam para cá e para lá, alimentando a pira, e a vista levantavam com doida inquietação para o trevoso céu. A mortalha de um mundo extinto; e então de novo com maldições olhavam a poeira, e uivavam, rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos e cheias de terror voejavam junto ao solo, batendo asas inúteis; as mais rudes feras chegavam mansas e a tremer; rojavam víboras, e entrelaçavam-se por entre a multidão, silvando, mas sem presas - e eram devoradas. E fartava-se a Guerra que cessara um tempo, e qualquer refeição comprava-se com sangue; e cada um sentava-se isolado e torvo, empanturrando-se no escuro; o amor findara; a terra era uma idéia só - e era a de morte. Imediata e inglória; e se cevava o mal da fome em todas as entranhas; e morriam. Os homens, insepultos sua carne e ossos; os magros pelos magros eram devorados, os cães salteavam os seus donos, exceto um, que se mantinha fiel a um corpo, e conservava em guarda as bestas e aves e os famintos homens, até a fome os levar, ou os que caíam mortos atraírem seus dentes; ele não comia, mas com um gemido comovente e longo, e um grito rápido e desolado, e relambendo a mão que já não o agradava em paga - ele morreu. Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois, porém, de uma cidade enorme resistiram, dois inimigos, que vieram encontrar-se junto às brasas agonizantes de um altar onde se haviam empilhado coisas santas para um uso profano; eles as revolveram e trêmulos rasparam, com as mão esqueléticas, as débeis cinzas, e com um débil assoprar para viver um nada, ergueram uma chama que não passava de um arremedo; então alcançaram os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram o rosto um do outro - ao ver, gritaram e morreram- Morreram de sua própria e mútua hediondez, sem um reconhecer o outro em cuja fronte grafara a fome "diabo". O mundo se esvaziara, o populoso e forte era um informe massa, sem estações nem árvore, erva, homem, vida. Massa informe de morte - um caos de argila dura. Pararam lagos, rios, oceanos: nada mexia em suas profundezas silenciosas; sem marujos, no mar as naus apodreciam, caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem, dormiam nos abismos sem fazer mareta, mortas as ondas, e as marés na sepultura, que já findara sua lua senhoril. Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens tiveram fim; a Escuridão não precisava de seu auxílio - as Trevas eram o Universo.


[Lord Byron]

domingo, 27 de janeiro de 2008

Um novo fantasma surgirá

Fica dificil escrever quando se está com o coração apertado.

Estava com vontade de correr para a rua e gritar o mais alto possível, gritar até um astronauta ouvi-lo, mesmo sabendo que o som não se propagaria no espaço.

Seu peito queima, queima mais do que as profundezas infinitas do Hades.

Se o seu muro estava se rachando, acreditava que dessa vez, um pedaço dele acabaria de ruir... E a dor seria dilacerante. Sua garganta doia como se um choro a muito tempo aprisionado quisesse sair.

Sintia dor até a medula dos seus ossos, a dor que antes era na alma, conseguiu transpassar e atingir sua carne, sintia que cada célula de seu corpo se contorcer, não estava acostumado com esse sentimento...

Iria começar de novo...

[Adilson Carlstrom Junior]

sábado, 26 de janeiro de 2008

Estou cansado. Estou cansado dessa vida, não da minha vida, mas da vida que me cerca, cansado dos mesmos programas de sábado à noite, dos mesmos barzinhos, das mesmas pessoas fingindo estar felizes por algumas horas, e ao voltarem para seus lares, caem em suas massacrantes rotinas.

Estou cansado de ver sempre os mesmos tipinhos fúteis e vazios com conversas sobre o nada, garotas vazias, BARBIES humanas, mesma estilo de roupa, mesmo corte de cabelo, tudo para ficar parecida com alguma atriz de novela das oito. Verdadeiros clones, manequins de vitrine, corpinho bonito, porém sem cérebro, sem alma.

Porque eu preciso ter o carro do ano? Porque eu preciso ter a ultima TV de plasma lançada no mercado? Porque eu preciso ter o último modelo de celular? Porque eu preciso ter e não ser?
Até quando seremos reféns da mídia? Até quando continuaremos sendo escravos desse autoritarismo, dessas leis de como agir ou como pensar, imposta por essas novelas e propagandas de televisão?

Estou cansado de abrir o jornal, ou uma pagina da internet e só ver noticias sobre artistas, sobre fulano que largou sicrano, que artista X está saindo com artista Y, meu Deus, o que isso vai mudar a minha vida? O que me interessa a vida de artista, o cara é igual a mim, quando morrer vai feder do mesmo jeito, eu não agüento mais ver tantas informações fúteis... Coisas como: Britney Spears aparece magra e de cabelo novo... E daí? Que diferença faria na minha vida se ela aparecesse gorda e careca?

Estou cansado de ligar o rádio e ouvir músicas simplesmente comerciais, sem letras inteligentes, falando sempre das mesmas coisas...

Estou cansado de ligar a TV e ver pastores que se dizem homens de Deus, vender bênçãos para pessoas desesperadas, expulsar demônios e pedir dinheiro depois. Até a nossa fé conseguiram corromper! Hoje qualquer maluco abre sua igreja, chama Deus de: O CARA LÁ DE CIMA. Confundem intimidade com falta de reverencia. Hoje, não pregam a pedir, mas sim, exigir. Colocam Deus contra a parede e exigem coisas dEle, como se Ele tivesse a obrigação de dar. Engraçado que eu nunca vi ninguém pedir para Deus, para ser uma pessoa melhor, para ter mais amor, para saber perdoar, apenas vejo pedirem carros, empregos, curas... Todos querem ser abençoados, mas ninguém quer ser canal de benção para as outras pessoas.

Estou cansado de tanta mediocridade, não que eu me ache melhor do que os outros não é isso, é que as pessoas se nivelaram por baixo. Hoje eu só sou alguém, se tiver algo (de preferência de grife).

Hoje se mata por um par de tênis ou um boné, pois valem mais que uma vida humana.

O pior, é que quando paro para pensar sobre isso, eu não vejo uma saída. Vão se passar 100 anos e a coisa só tende a piorar, isso é, se a humanidade sobreviver mais 100 anos, pois do jeito que a coisa vai...

Se há vida inteligente lá fora, por favor, me leve, pois eu vivo em um planeta pré-histórico espiritualmente, pois ao mesmo tempo em que avançamos tecnologicamente, proporcionalmente regredimos na ética e na moral. Agimos como animais, simplesmente por instinto, nessa selva urbana, em um planeta moribundo, quase falecido, corroído por um câncer chamado raça humana.
[Adilson Carlstrom Junior]

Ensaios de um Assassino Profissional

O jipe conversível em alta velocidade levantava uma espessa camada de poeira no horizonte do deserto vermelho mexicano. Ao longe os moradores da pequena vila de Ciudad Cuervo que observavam a aproximação do jipe, sabiam que era a chegada de um forasteiro na cidade, e geralmente, isso significava problemas.

O veículo entrou na rua principal já não corria mais, o motorista agora trafegava como um turista admirando a pobre paisagem da cidade que mais parecia um vilarejo saído de algum filme de bang-bang que assistiu quando era criança. Os olhos do vilarejo estavam sobre ele. Velhos sentados em frente de suas casas pareciam que esperavam a morte chegar, mulheres com seus longos vestidos coloridos surrados, algumas com sacolas outras com pequenas crianças no colo, pararam para observar o estranho que passava por elas indiferente, a frente um grupo de crianças descalças e sem camisas brincavam com uma bola de futebol furada. Era uma cidade esquecida por Deus, sim, mais uma maldita cidade esquecida por Deus. Ele já estava acostumado com lugares assim.

Parou em frente ao bar, que mais parecia abandonado. Entrou, trajava uma calça branca e uma camisa estampada azul bebê, um par de sapatos marrons completava seu vestuário, em sua mão direita uma maleta metálica e na esquerda um Rolex dourado, combinava com a sua grossa corrente envolta do pescoço. A escuridão do lugar disfarçava a poeira e a sujeira, o fedor de urina invadiu suas narinas, ao fundo um homem sentado, dormia debruçado à mesa, provavelmente embriagado. Aproximou-se do balcão, tirou seu chapéu que de branco estava bege por causa da poeira e pôs sobre o móvel. Um homem gordo, de barbas escuras, com uma camisa manchada de suor fitava-o atrás do balcão.

- Uma tequila, por favor.

O barman colocou um pequeno copo com o liquido amarelado sobre o balcão.

- Não gostamos de forasteiros aqui! Dá azar. – disse aproximando seu rosto ao rosto do homem.

- Também não gosto daqui. Só quero beber algo e ir embora. – respondeu encarando o gordo barbudo.

A porta do bar se abriu. Os dois homens instintivamente olharam para direção da porta, a claridade de fora ofuscou a visão dos dois, mas puderam perceber que era a silhueta de um homem alto e careca. O barman pensou – Dois forasteiros no mesmo dia? Isso não é bom.

O homem deu mais uns passos em direção ao balcão, ele aparentava uns 40 anos, por volta de 1,80m, totalmente careca, semblante duro, estava de óculos escuros, e apesar da escuridão do local não retirou o acessório do rosto.

Sentou se ao lado do primeiro forasteiro, como se ele não existisse.

- Tequila – pediu com uma voz rouca e baixa.

O barman mediu-o de alto a baixo, virou as costas e pegou a garrafa e um copo. Colocou o copo no balcão, encheu-o. E com um gole apenas o homem bebeu sem fazer careta. – Mais uma – pediu.

- Lugar aconchegante – comentou sorrindo o homem da maleta prateada.

- Sim, muito. – respondeu sem virar o rosto o careca que segurava seu segundo copo de tequila.

- Marco Donatto, prazer! – estendeu a mão.

- Dimitrius – correspondeu com um aperto firme e frio.

Marco percebeu que Dimitrius tinha um código de barras tatuado na parte interior do seu punho direito, estranhou, mas não falou nada.

- Veio ao México a negócios? – perguntou Marco puxando assunto.

- Sim, e você?

- Também – respondeu sinalizando ao barman para trazer mais uma tequila – Estou indo para Chihuahua resolver um assunto de negócios da família.

- Coincidência, também estava indo para lá – disse Dimitrius, com um leve sorriso no canto da boca.

- Estava? Não vai mais? Por quê? – perguntou com uma expressão curiosa.

- O assunto que vim tratar não está mais lá, para falar a verdade ele nem vai chegar em Chihuahua.

- Não entendi. – Marco olhava fixamente para o estranho careca.

Nesse instante Dimitrius faz um rápido movimento com o braço direito e uma lâmina brilhante sai de baixo de sua manga - um mecanismo retrátil elaborado por ele, muito útil no seu trabalho – e antes que o homem de olhar assustado pudesse reagir, um jorro de sangue pulsa de sua garganta rasgada de ponta a ponta, ele tenta dizer algo, mas sem conseguir respirar, cai morto afogado em seu próprio sangue.

- Madre de Dios! – exclama o barman, fazendo o sinal da cruz.

Dimitrius encaixa a lâmina ensangüentada novamente por baixo da manga do paletó, retira do bolso da calça um lenço, limpa seu rosto dos respingos de sangue. Pega o celular, disca.

- O serviço está feito. – diz calmamente.

...

- Não, antes tenho mais algumas coisas para resolver em Chihuahua – responde para a pessoa do outro lado da linha.

Pega a maleta prateada que esta ao lado do corpo já sem vida, coloca sobre o balcão sujo de sangue, abre-a, uma rápida olhada, calcula aproximadamente 1 milhão, vinte cinco por cento seria seu pagamento e talvez conseguisse um bônus extra em Chihuahua. Pegou uma nota de cem e deu ao barman assustado.

- Tome! Fique com o troco. Desculpe pela bagunça.

Sai do bar, entra em seu carro e em poucos minutos, está na estrada rumo ao sul, deixando para trás apenas uma espessa camada de poeira.
[Adilson Carlstrom Junior]

Aprendizado

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança! E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante com a graça de um adulto e não com uma tristeza de uma criança. E aprende a construir todas suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o Sol se ficar exposto por muito tempo, queima. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-la de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre-se que leva anos para se construir confiança e apenas segundo para destruí-la, e que você pode fazer coisa em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distancias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa – por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que a vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas co o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar à pessoa que ser quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles te controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática. Descobre algumas vezes que a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais haver com tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te da o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não te ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente você pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de se pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! “Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, senão fosse o medo de tentar”.

[ não sei quem escreveu isso]

Bruna Surfistinha

Certo dia, li em um site a seguinte noticia:

Bruna Surfistinha. Ex-garota de programa (prostituta de luxo), ex-atriz pornô e agora escritora, (já está no seu segundo livro). Não tenho nada contra as prostitutas, que agora querem ser chamadas de profissionais do sexo e muito menos contra as atrizes pornôs, cada um faz do corpo aquilo que achar melhor, não sou nenhum puritano, nenhum santinho também.

O que me revolta, é a propaganda que a mídia faz em cima disso, tratam-na como uma escritora famosíssima, um novo talento da literatura nacional, só falta as faculdades pedirem aos candidatos do vestibular que leiam os livros de Bruna Surfistinha, para responder as questões que cairão nas provas.

Tantos e tantos livros maravilhosos são lançados diariamente e eles (a mídia) dão preferência a um livro que conta as aventuras sexuais de uma ex-garota de programa, que além de tudo nem bonita é!
Ela começou com um fotolog como esse, onde haviam fotos dela com roupas íntimas e poses sensuais e contavam com detalhes as suas aventuras do dia. Ela recebia mais de dez mil visitas por dia. Aqui no meu fotolog, quando tenho 10 acessos já me dou por feliz. E agora, ela escreveu o seu segundo livro. O pior de tudo, é que havia imagens de “fãs” (veja isso, fãs) tirando fotos ao lado de seu ídolo! E não eram homens, eram mulheres... Acredito que o livro deve ter mudado muito a vida delas de alguma forma...

Eu entendo que a vida dessas moças não deve ser fácil, algumas trabalham por que necessitam mesmo, outras por que são “escravas” de seus cafetões e outras porque gostam mesmo... Mas fazer dela uma nova Cecília Meireles é inaceitável...

E para completar a minha indignação, ao lado da foto da Surfistinha, havia um link que dizia: Clique aqui e veja mais fotos de famosos. Cliquei. E qual foi a minha surpresa, de ver só fotos de mulheres nuas. Essas são as famosas da mídia. O link estava errado. Devia estar escrito: Clique aqui e veja mais fotos de BUNDAS famosas!

Hoje você não é mais famoso pelo seu talento, ou pelo seu intelecto, muito menos pelo seu caráter, hoje você é famoso se a sua bunda for bonita, se você tiver colocado silicone, se você for flagrada (sem querer) de saia e sem calcinha ou se você tiver morrido de anorexia...

Às vezes tenho vontade de chutar tudo para cima, parar de nadar contar a correnteza, deixar me levar por essa lavagem cerebral, entrar em uma academia qualquer da vida e ficar com o corpo sarado, barriga tanquinho e cabeça vazia, igualzinho a geração Malhação... Mas a minha alma é muito maior do que tudo isso, é um cavalo selvagem, que precisa correr contra o vento, não serei domesticado pela mídia, sinceramente prefiro a morte, pelo menos a minha alma continuará livre.

[Adilson Carlstrom Junior]

A Verdade está lá fora

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA. Gostei dessa frase desde a primeira vez que a vi no seriado Arquivo X. Tento aplicar essa frase na minha vida. Não, não tem nada haver com seres extraterrestres, eu a aplico de outra forma. De uma forma mais critica.

Acredito que não deveríamos aceitar de forma passiva tudo aquilo que é transmitido pelos veículos de comunicação, me refiro a todos, rádio, televisão, cinema, e-mails, jornais e até mesmo um simples bate-papo com os amigos.

Muitas vezes não questionamos as informações, a digerimos e processamos aquilo como mais uma verdade.

Pergunto-me se o filme Matrix é tão ficção assim? Será que não vivemos em uma Matrix onde os meios de comunicação é a verdadeira Matriz que controla tudo? Será que metaforicamente, não vivemos entubados, com plugs ligados ao nosso cérebro recebendo todo tipo de informações, verdades impostas, nos dizendo como devemos agir, pensar e até sentir?

Não gostamos de pensar, pois na verdade, pensar cansa, é desgastante e consome tempo. É mais fácil ter alguém que pense por nós. E elegemos a mídia para fazer esse trabalho.

Quando crianças, não somos incentivados a pensar, o que o meu livro de Estudos Sociais dizia era a Verdade. Lembro que as provas de História se baseavam apenas em decorar datas e nomes. Não havia o POR QUÊ?

Por que Pedro Alvarez descobriu o Brasil? Foi acidente mesmo?

Por que Tiradentes é considerado o mártir do Brasil e não os baianos Manuel Faustino dos Santos Lira, João de Deus do Nascimento e os mulatos Luiz Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas que foram condenados à morte por enforcamento, sendo executados no Largo da Piedade a 8 de novembro de 1799? Será porque Joaquim José da Silva Xavier era branco e rico e os nosso irmãos baianos pobres e mulatos?

E tem tantas outras questões mais atuais, Guerra no Iraque, o atentado as Torres Gêmeas, Mensalões, Dossiês, tantas perguntas sem resposta...

E hoje em dia, a educação de nossas crianças não passa de um aglomerado de informações a serem decoradas, decorar fórmulas, regras, data e nomes. Não ensina a se pensar, são condicionados a escravidão intelectual desde pequenos.

A mídia quer dirigir nossas vidas, quer nos impor o que é certo e o que é errado.

Liberte-se dessas verdades enlatadas, não aceite tudo passivamente, não engula tudo que te colocam na frente. Pense, reflita, questione. Melhor do que ler um livro é escrever o seu próprio livro.

A verdade está lá fora! Fora de Matrix, fora desse sistema opressivo e manipulador! Fuja para Zion!

Pensar liberta a alma!
[Adilson Carlstrom Junior]

Teu sorriso

Ainda que cruzasse Desertos,
Mergulhasse no profundo do Oceano,
Procurasse em cada Estrela,
Nunca iria encontrar um Sorriso como o teu!

Nele vejo a Paz que procuro,
A Alegria da minha Alma,
O Alvorecer de uma Vida ,
O Iluminar de um Sonho.

Por teu Sorriso,
Pego Estrelas com a mão.
Escrevo na Lua com giz de cera.
Apago o Sol com um sopro.

Roubo tesouros de Reis,
Viajo para o Infinito a pé,
Navego num Mar de Solidão,
Numa canoa feita de Esperança!

Seu Sorriso me traz a certeza de um amanhã...
De um Sol a brilhar...
Do cantar de um pássaro...
De que o Amor existe!

Ter seu Sorriso
É o mesmo que alcançar o por do Sol
atrás de um Monte
Cruzar o Arco-Íris,
depois de uma tarde chuvosa
Contar as Estrelas em uma noite de Verão


[Adilson Carlstrom Junior]

Tempestade

Ao longe escuto a tempestade se aproximar.
O som do trovão.
Começa baixinho, distante, e se aproxima rapidamente fazendo tremer dentro do meu peito.
Como eu amo tempestades.
O cheiro da chuva, o som do vento, o brilho do relâmpago...
Soberana, ela se move pelos céus, nada pode impedi-la, nada.
Da janela eu apenas aguardo sua chegada. Da janela eu contemplo sua beleza

[Adilson Carlstrom Junior]

Queria...

Queria te encontrar mais uma vez,
Naquela noite mágica.
Onde o Tempo não importava,
Apenas o teu sorriso.

Onde os teus olhos brilhavam como as Estrelas daquela noite.
Teu sorriso, como um cálice de vinho tinto, embriagava meu Coração.
Você, tão linda, como jamais havia visto outra mulher igual.
Queria te encontrar mais uma vez...

Queria poder olhar nos fundos dos teus olhos e contemplar o infinito da Paixão,
Experimentar teus lábios, provar do teu beijo, sussurrar em teus ouvidos palavras de Amor.
Sentir novamente aquele teu perfume doce e suave como frutas frescas.

Queria poder tocar tuas mãos, como o Mar toca a areia numa noite clara de luar. Sentir o Calor dos teus braços, me envolvendo, em ondas de prazer.
Ser enfeitiçado pelo som da tua voz, como as belas sereias faziam para atrair os marujos solitários...

Queria só mais uma vez...
Estar ao seu lado, saber seus Desejos, seus Sonhos...
Realizá-los.

[Adilson Carlstrom Junior]

Pink Floyd, Uísque e Christine!

Ele correu a distância “incrível” de 1,5km à tarde em um parque da sua cidade Estava começando a treinar, hoje foi seu primeiro dia (sempre tem que haver um primeiro dia) para a corrida Integração que ocorre no mês de Setembro.

Tomou um merecido banho quando chegou, e por volta das 20:00h começou a ler seu livro. Ler um livro não é como ler uma manchete de Jornal, ou um Outdoor na rua, requer concentração e ambiente propício, pelo menos é assim que gostava de ler.

Seus pais estavam no quarto jogando “Buraco” (para as mentes maliciosas é apenas um jogo de cartas). Aproveitou que a sala estava desocupada e colocou o DVD do Show Delicate Sound of Thunder in Concert do Pink Floyd, como ele amava o som desses caras!

Principalmente a música da faixa 10, chamada The Great Gig On The Sky! Arrepia. É uma música cantada apenas pelas Back Vocals do grupo.

Bem, voltando à preparação do ambiente... Colocou o DVD, foi até o compartimento secreto no seu quarto (que em sua adolescência servia para esconder revistas pornográficas) e se serviu de uma dose de Red Label que comprou com o suor do seu rosto (e põe suor nisso). Seus pais não podiam nem imaginar que tinha uísque escondido em seu quarto, senão eles secariam em dois tempos...

Ambiente pronto. Começou a leitura. Entre um parágrafo e outro, sentia o gosto do delicioso malte do líquido dourado com duas pedras de gelo, tocar seus lábios como um delicado beijo e a deslizar para dentro de sua garganta aquecendo-a, e ao som da música instrumental Shine On You Crazy Diamonds, fazia a trilha sonora perfeita. Não demorou muito, e em poucos minutos a magia se iniciara... Estava dentro do livro... (“Christine – O Carro Assassino” (1983) do livro homônimo de Stephen King, dirigido por Jonh Carpenter). E já não via palavras em sua frente, mas sim, a imagem acontecendo como um filme, e já não era Arnie Cunnighan (personagem do livro) que dirigia seu maquiavélico carro rubro, mas sim ele, que estava atrás do volante do Fury 58.

Magia que apenas a literatura podia fazer...

[ Adilson Carlstrom Junior]

Pensar em Você

Pensar em você é como pisar nas nuvens, e cair de lá de cima.
Tomar banho de chuva, e pegar gripe.
Comer algodão-doce e ter cárie.

Pensar em você é como deitar na grama fresca e ser picado por uma formiga.
Nadar no rio e se afogar.
Contar história de terror em volta da fogueira e não dormir de medo.

Pensar em você é como procurar estrelas cadentes, e não achar.
Brincar com Joaninhas num jardim e ser picado por uma abelha.
Sentir o perfume de uma flor de plástico.

Pensar em você é como ouvir uma música pela metade.
É andar descalço e cortar o pé.
Sentir a brisa no rosto e entrar um cisco no olho.

Pensar em você é como construir um castelo de areia a ser levado pelo mar.
É ver o fogo consumir a lenha de uma fogueira chamada paixão.
É ser deixado levar pela ilusão.
Ser enganado pelo coração.

Pensar em você são alegria e tristeza
Alivio e dor.
Sorriso e lágrima.
É o contraste na minha alma.

[Adilson Carlstrom Junior]

Pela Manhã

Mais uma manhã de frustração,
Mais uma manhã de solidão.
Abri meus olhos por um momento,
E despertei em puro sofrimento.

Noite passada, sozinho me deitei,
Minh’alma embriagada em desejos.
Mais uma vez com você sonhei,
Que seu corpo eu cobria de beijos.

Maldita dor que me consome!
Em ti não queria mais pensar.
O que dizer do coração de um homem,
Que não consegue deixar de amar?

Se ao teu lado descobri o amor,
Ao teu lado também descobri a dor.
E a cada manhã que desperto,
É mais um dia que passo no deserto.

[Adilson Carlstrom Junior]

Palavras

Palavras são sinais,
São notas musicais.
São os sons do coração,
São palavras de emoção.

Palavras são sentimentos,
Palavras de dor, de alegria,
Ou agradecimento.

Queria ter as palavras certas agora,
E estar ao seu lado neste instante.
Para não deixar você ir embora,
E para sempre ser seu amante.

[Adilson Carlstrom Junior]

O Mar

Ondas do mar que tocam meus pés.
Molham meus pés que caminham nas areias úmidas e ásperas,
Deixando pegadas solitárias num entardecer alaranjado.
Silencioso o vento me beija a face...
Caminho querendo chegar em algum lugar.
Aguardando uma resposta que talvez alguma gaivota traga.
As ondas molham meus calcanhares.
Chuto a água salgada e espumante como uma champagne.
Penso nela, sorrio.
Ondas batem em meus joelhos.
Penso nela, choro.
Minhas lágrimas se unem com a do mar.
O Mar chora comigo.
As ondas batem em minha cintura.
Caminho confiante.
A saída.
A maresia traz as negras nuvens. No infinito, um relâmpago.
As ondas batem no meu peito, lambem meu coração.
Coração esverdeado, coberto de musgos, bate no meu peito fazendo eco.
As ondas me cobrem.
O mar me traz a Paz.

[ Adilson Carlstrom Junior]

O poeta

Ele queria ser poeta,
Queria falar coisas do coração.
Coisas que só alguém que ama pode falar.
Mas já não podia mais.

Coração vazio como deserto,
Miserável e doente.
Ele queria ser poeta,
Uma única vez somente.

Fúria, ódio, rancor...
Ele queria ser poeta,
De palavras de amor,
Mas no peito carregava,
Somente tristeza e dor.


[Adilson Carlstrom Junior]

Não existe

Não existe o amor sem a dor.
Não existe o Perdão sem a ofensa.
Não existe a morte sem a vida.
Não existe a cura sem a doença.

Não existe a noite sem o dia.
Não existe a alegria sem a tristeza.
Não existe a riqueza sem a pobreza.

Eu não existo senão existir você.

[Adilson Carlstrom Junior]

Morrer de novo

A ansiedade se transforma em agonia, inunda o meu peito, afoga meu coração.
Dentro de mim uma tempestade se forma, no horizonte, negras nuvens se aproximam...
Trazem com elas as gotas da paixão
Gotas coloridas que molham o deserto da minha alma

Tudo está indo tão bem que chega a ser assustador...
Tenho medo.
Medo de baixar a guarda e ser alvejado de novo...
Não quero morrer novamente.
[Adilson Carlstrom Junior]

D.

Que importa a distância se a tua presença é certa?
Que importa se as flores não desabrochem se o teu perfume imaginário é real?
Que importa se o temporal caia sobre a minha vida, se o Raio de Sol aponta toda manhã em meu peito?

Minha doce surpresa, meu presente de aniversário secreto.

O que importa o que os outros pensem se eu sei o que eu penso. Sei o que sinto.
Não existe distância para o que é puro.
Não existe tempo para o que é eterno.
Amor não se mede, não se calcula, não se classifica. Amo-te.

Que importa se a minha vida é um desastre se você invade a minha alma virtual e me marca com o aço incandescente do carinho e da compreensão? Que importa?

Quando o inverno do dia a dia castiga-me a alma, a primavera das tuas palavras derrete o gelo da minha solidão

Penso em você e sou transportado para outra dimensão, uma dimensão sem dor, sem tristeza, sem lágrima, onde sou o que sou, onde teu sorriso governa, e eu sou apenas mais um dos seus súditos aguardando ansiosamente pelo néctar cristalino da tua doçura.

Adoro teu jeito menina, moleca, o som inconfundível do teu sorriso, me chamando a atenção quando desanimo, me pedindo para olhar para dentro do meu surrado coração.

Olho. Vejo você.

Adoro tuas brincadeiras-azuis, tuas histórias-violeta, quando prega peças alaranjadas em mim. É quando me encontro com o Arco-Íris da Paz.

Teu olhar, explosão cósmica de luz, magia e realidade. Porção encarnada do Ágape de Deus.

Meu único desejo é de um dia, por um segundo, poder olhar em teus olhos, sorrir com teu sorriso e te abraçar. Abraçar sua alma, sentir teu coração junto ao meu.
[Adilson Carlstrom Junior]

Replay

Dias iguais.
Exaustivos replays de um jogo sem graça. Apenas muda o ângulo, mas o resultado é sempre o mesmo...
O tempo se arrasta como um soldado ferido num campo de batalha e num piscar de olhos quando se menos espera, ele se foi.
A vida passa diante dos olhos como um desfile de algum circo que chega na cidade.
E amanhã será um novo replay.
E amanhã será um novo desfile do mesmo circo.
E outro soldado ferido se arrastará...
[Adilson Carlstrom Junior]

Coração Espacial

Coração Espacial

Pobre coração viajante...
Pelo espaço caminha errante.
Vai de um lado para o outro...
Em busca de um planeta chamado Amor.

Vagueia ano-luz solitário,
Sozinho no silêncio do espaço...
Talvez não chegue ao seu destino...
Se por um buraco-negro for tragado!

Buraco-negro de poder desigual!
O teu nome é Solidão!
Quer tragar para si,
O meu pobre coração.
[Adilson Carlstrom Junior]

Natal

Natal. Silêncio nas ruas, todos parecem ter sumido como no romance Blecaute de Marcelo Rubens Paiva. Já são cinco horas da tarde e não se ouve nenhum grito de criança, nenhum carro na rua, uma vez ou outra passa um ônibus, vazio. Isso me faz lembrar a música do grande Raul Seixas, “O dia em que a Terra parou”. Ninguém faz nada, porque não se tem nada para se fazer. A chuva insiste em cair, fina e constante e a bela festa de Natal acabou e foi tão cinza quanto o dia chuvoso.
È apenas um dia em branco, um dia nulo, a maioria deve estar de ressaca, dormindo, ou senão sentados em frente à TV assistindo algum programa especial de natal.
Bem, de qualquer forma, mais um Natal passou e eu sobrevivi mais um dia que deve ser apagado da minha lembrança.

[Adilson Carlstrom Junior]
O amor é pedra no abismo,
A meio passo do mal e do bem.
Canções de amor se parecem, porque não existe outro amor.
Teus olhos têm o teu silêncio... teu mais frágil olhar me dilacera...

[Zeca Baleiro]

Mais uma noite comum

Abriu os olhos. Não sabia se havia sonhado ou se realmente havia acontecido mesmo, tudo ao seu redor estava perfeitamente normal, mas por dentro ele sabia que algo estava errado, muito errado...
Quis voltar no tempo, mas não podia, infelizmente não podia... Restaram-lhe apenas lembranças, que o tempo um dia cuidará de apagar, como fez com todas as outras... E hoje a noite ele se sente mais sozinho como nunca havia sentido antes, solitário e sem respostas...

[Adilson Carlstrom Junior]

Sou muitas coisas

Sou um velho dique. Cheio de rachaduras causadas pela indiferença que começa a vazar.
Sou um muro, mais alto do que o céu, mais espesso que o sonho, começando a ruir.
Sou um boxeador em seu 12 round, meus braços são colunas de mámores, minhas pernas não estão mais firmes, serei nocauteado a qualquer momento... Esperando apenas o sino da morte tocar.
Sou um livro velho, cheio de histórias, abandonado no Sebo do mundo, com as páginas soltas e amareladas pela dor e corroído pelas traças da solidão...
Sou um velho Carvalho, queimando de paixão após ser atingido por um raio...
Sou uma montanha, gasta pela erosão...
Sou um náufrago tentando me segurar num pedaço de madeira no mar de ilusões.
Sou muitas coisas mas sou nada sem você.

[Adilson Carlstrom Junior]

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Nada de Novo no Mundo dos Mortos

Faz tempo que não escrevo. Faz tanto tempo que nem sei sobre o que escrever...
Da ultima vez que escrevi até agora, se passaram quase dois meses... O Natal foi a mesma coisa de sempre: Hipocrisia, consumismo desenfreado, gulodices, bebedeiras, materialismo... Tudo como um verdadeiro Natal cristão têm que ser. Penso em Jesus. No que Ele pensa quando vê tudo isso, todos comemorando tudo, menos Seu nascimento.
O fim de ano foi também outra idiotice, quem sabe um dia eu consiga passar do jeito que realmente gostaria, sozinho. Refletindo.
Até hoje não sei o que eles comemoram, porque aquela coisa de fogos, bebidas e tudo mais?Quando vejo essas festas, tenho pena do ser humano; de sua carência. Percebo sua fragilidade emocional e como eles necessitam de amor, mas não sabem amar, estão muito longe, anos-luz de saber realmente a essência do amor, não conseguem entender sua natureza incondicional, eles amam esperando algo em troca... Não é assim que funciona. Por isso existe tanta frustração.
Vivem na esperança de um ano melhor, mas não fazem nada para melhora-lo, esperam que os outros faça por eles. Não há esperança, está tudo consumado. O mundo nada mais é agora do que uma ampulheta aguardando o útimo grão de areia passar pelo vão.
O aquecimento global que eu ouvia desde dos meus 10 anos de idade, hoje é uma realidade, não têm mais volta, logo será a escassez de água, talvez daqui uns 50 anos ou mais, ou menos. Dependendo das donas de casas que lavam as ruasquase todos os dias, acredito que bem menos.
Estamos beirando ao caos. Se eu tenho medo? Sinceramente, não. Espero pacientemente por isso. Levo a minha vida do jeito que posso, sou um sobrevivente, essa é a verdade. Sei que pessoas lerão isso, e daqui 5 minutos esquecerão, continuarão suas vidas, assistindo Big Brother e consumindo todo o tipo de lixo; seja ele programas televisivos, novelas medíocres ou músicas comerciais sem mensagem nenhuma.
Ando nas ruas, e o que vejo são zumbis, sim, zumbis. Aparentemente pessoas normais, mas suas almas estão mortas, são mortos-vivos que comem podridão jogada pela mídia. Buscam, poder mas não sabem usa-lo. Querem estatus, querem estar na moda, carro ultimo tipo, buscam fama, querem corpos perfeitos, mesmo que isso prejudique sua saúde, querem ser bonitos por fora, mas são cascas sem conteúdo. Mortos, estão todos mortos!
Nas ruas, as pessoas andam com as cabeças baixas, olhares distantes, não te olham nos olhos, não sorriem. Olho ao meu redor e penso: "Chegou 2008 e nada de novo no mundo dos mortos!"
[Adilson Carlstrom Junior]
Eu não trabalho, cumpro pena.

[Adilson Carlstrom Junior]