SINOPSE:
Amigo íntimo do Padre Cícero (Jofre Soares), o mascate libanês Benjamin Abrahão (Duda Mamberti) decide filmar Lampião (Luís Carlos Vasconcelos) e todo seu bando, pois acredita que este filme o deixará muito rico. Após alguns contatos iniciais ele conversa diretamente com o famoso cangaceiro e expõe sua ideia, mas os sonhos do mascate são prejudicados pela ditadura do Estado Novo.
Gênero: Drama
Duração: 90 minutos
ELENCO:
Duda Mamberti.... Benjamin Abrahão
Luiz Carlos Vasconcelos.... Lampião
Aramis Trindade.... tenente Lindalvo Rosas
Chico Díaz.... coronel Zé de Zito
Jofre Soares.... Padre Cícero
Cláudio Mamberti.... coronel João Libório
Principais prêmios e indicaçõesGermano Haiut.... Ademar Albuquerque
PRINCIPAIS PRÊMIOS E INDICAÇÕES
Festival de Brasília 1996
Venceu nas categoria de melhor filme, melhor cenografia e melhor ator coadjuvante (Aramis Trindade).
Festival de Havana 1997 (Cuba)
Venceu na categoria de melhor cartaz.
Prêmio APCA 1998
Venceu nas categorias de melhor trilha sonora e melhor ator coadjuvante (Luiz Carlos Vasconcelos).
TRILHA SONORA:
A trilha sonora é embalada por Chico Science, Fred Zero Quatro (do Mundo Livre S/A) e Lúcio Maia (do Nação Zumbi),
COMENTÁRIO:
Quando era mais jovem, nem me passava pela cabeça assistir um filme brasileiro, achava horrível, só assistia na escola, em alguma aula de português ou de história, uns filmes muito mal feitos, o áudio era muito ruim, mal dava para se entender os dialogos. Bom mesmo era os filmes americanos, muita ação, o mocinho sempre vencia, aquele negócio do bem vencer o mal e etc.
Então alguns anos atrás o cinema nacional começou a ganhar força e começou a fazer sucesso lá fora, (como todas as coisas boas aqui no Brasil) e lembro-me bem do primeiro filme nacional que assisti mais por curiosidade do que por vontade mesmo. Central do Brasil. Ver a atuação de Fernanda Montenegro, sem ser em uma novela global, foi algo maravilhoso e aquele filme me envolveu de uma forma diferente, porque não tinha aquela ação (do tipo que estava acostumado a assistir), não tinha perseguição de carros, nem tiroteios e tudo mais que um bom e velho "Rambo" te apresenta, mas tinha outra coisa, algo que mexia comigo e me fazia participar junto com a história daquela personagem, foi ali naquele momento que conheci o que era um ótimo enredo e uma história original então me apaixonei pelo Drama, que antes achava que era filme para mulher ao lado do Romance.
Desse dia em diante, passei a ver o filme nacional com outros olhos, como alguem que aprecia um ótimo vinho, lentamente, saboreando cada cena, cada fotografia, cada dialogo. Hoje assistir um filme nacional para mim é uma experiencia única. É bem verdade que há muitos filmes nacionais puramente comerciais mas há outros que são pura arte.
Baile Perfumado, entra nesta categoria, arte. Pois conta a história do primeiro e único homem a filmar e registrar a vida de Lampião, mostra a vida do cangaceiro, a sociedade nordestina, o coronelismo, a força da religião, os costumes, a política da época, tudo através do olhos de um libanês fugido da guerra do seu país, apenas com a intenção de fazer dinheiro com suas fotografias e filmagens.
O personagem como todo bom "turco" vive da barganha, do comercio, de um favor aqui e outro ali, é difícil não se simpatizar com ele e com seu sotaque característico, as anotações que ele faz em seu caderninho em libanês, é o momento em que ele explica para o espectador o que se passa na sua mente gananciosa.
Enfim, este filme não é recomendado para qualquer um, tem que ser assistido pra quem gosta de história do Brasil, Estado Novo, ditadura e principalmente de arte, é um filme muito interessante. Com certeza é um filme que vai te enriquecer culturalmente.
TRAILER:
Nenhum comentário:
Postar um comentário